No sábado passado, fui ver uma peça (que já tava doida pra ver há tempos – quando marquei a passagem pra SP (fui pras Exposição SIFE Brasil), já procurei as informações de local e horário dela, bem como saí da falando da mesma pra deus e o mundo) com o @leogalvao. “Trilhas Sonoras de Amor Perdidas” seria a nossa introdução à noite de sábado paulista.
Pois bem. Saímos de um barzinho no meio do Itaim. Táxi na porta:
Chegamos na Paulista, pegamos o metrô até a Paraíso. De lá, Baldiação para a Sé. De lá, Belém. Uns 25 min de trajeto depois, descemos na estação, que mais parecia uma rodoviária: barracas de lanche, farmácias em volta, famílias, músicos, prostitutas, tudo lá. “Isso aqui tem cheiro do queijo”, pensei.
É, olhamos em volta e não tivemos coragem. Um táxi até o SESC, por favor.
Subimos as escadas da entrada e não acreditamos naquilo. Fomos caminhando e segurando o queixo: embasbacar-se com aquilo era inevitável: lugar imeeeeenso, instalações artísticas, espaço ao ar livre, exposições (tudo em estrutura imensa), área para leitura , área voltada para crianças, um café divino (muitas delícias a um preço bem em conta) a céu aberto. Fantástico. Quero voltar lá mais vezes, pra ver tudo com calma.




Pois bem. Ingressos por R$ 12,00 a meia (delícia), Maria Adelaide Amaral ao nosso lado (dá licença ae), tocam a sirene. As cortinas fecham-se e aparece uma pessoa da Sutil Companhia de Teatro, “a peça vai começar. Quem chegar agora, só entra no segundo ato. Assim, quem quiser vir para as cadeiras da frente, sinta-se à vontade. Bom espetáculo.” Achei a atitude fantástica.
Trilhas Sonoras de Amor Perdidas
Há uns 5 anos atrás, fui assistir “A Vida é Feita de Som e Fúria”, aqui mesmo em Teresina, no Teatro 4 de Setembro ( se não me engano, fazia parte do Circuito Cultural do Banco do Brasil) Até então eu, que não conhecia nem o filme, e nem o livro High Fidelity ( aviso aos prospects: quem quiser me agradar, é só me presentear com qualquer coisa relacionada ), fui para a peça sem ter noção do baque. Saí (acho que todo mundo, pra falar a verdade) catatônica. 3 horas de peça sobre os amores, trilhas, listas e vida não é mole não.
Pois bem. A Sutil Companhia de Teatro, mais uma vez sob a direção maravilhosa de Felipe Hirsch e atuação de Guilherme Werber, estréia uma peça de deixar qualquer um zonzo: Trilhas Sonoras de Amor Perdidas.
A peça inicia-se com um radialista de meia-idade, falando o quanto as trilhas e gravar uma fita cassete tem significado. Dái, a narrativa é um flashback, onde a história de amor entre ele e Soninho ganha corpo, com situações de tesão, carinho, admiração, profunda tristeza, humor...enfim, sentimentos que envolvem o amor. A todo momento, música. É ela que traz o significa e é o fio mais resistente que interliga a mente ao coração.
Aqui, algumas das músicas citadas na peça:
Quer ler uma das críticas sobre o Trilhas? Pois arrocha.

“Tudo se torna interessante depois de passarmos um tempo olhando para ela”
“Para um verme que mora dentro de um rabanete, o mundo todo é um rabanete”
“Toda garota precisa de tempo. E ele tinha tempo de sobra pra mim”
“ Só enfiado no meio do nada é que você realmente se sente no coração das coisas”
“Você perde um pouco da inocência quando se depara com um tipo de gentileza”
"As pessoas dizem que o que não te mata, te fortalece. Mas não é bem assim. O que não te mata, te mutila; te tira um pedaço que não tem como ser reposto"
E eu, faço as vezes de durona, chorei demais nessas 3 horas.
Obs: o que é a atuação do Guilherme Weber, hein? Fe-no-me-nal!
......
"Não espere sair do teatro com a sensação de quem viu uma comédia romântica. Trilhas Sonoras de Amor Perdidas não é isso, apesar de ter humor (e um ótimo humor, é de se destacar). Mas você provavelmente precisará de algum tempo para voltar para o presente, e mais ainda, algum tempo pensando em como tem se relacionado com aqueles que ama. Também lembrando de momentos importantes da peça, querendo guardar para sempre algumas frases inesquecíveis. Uma experiência daquelas que vale a pena viver, inesquecíveis."
......
Um comentário:
Uau, Paulétch, fiquei super a fim!
Essa peça tem alguma previsão de viajar o Brasil?
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